Kruger Park – Ago/16 (Parte I)

E ai meus queridos? Tudo bueno? Quanto tempo não falamos de verdade, né?

Pois então, muitas coisas aconteceram nesse meio tempo, mas uma coisa em especial aconteceu, e se chama Lara. 🙂 Minha filhotinha nasceu e as viagens e agitos deram lugar a acompanhar essa coisinha linda crescer e aprender uma coisa de cada vez… Impressionante como é fascinante ver um ser humano passar pelos seus primeiros momentos em tudo. Descobrir a mão, descobrir as cordas vocais, descobrir um pé, e inclusive, descobrir que tem alguém na sua frente. É realmente fantástico, mas é algo para falarmos em um outro momento, né?

Como o foco aqui é sempre falar de viagens, resolvi escrever sobre o último safari fotográfico que fiz. Dessa vez sim, fui com um amigo que pretendia se despedir do Kruger Park pois ia se mudar de Moçambique para Estados Unidos e fomos com um foco mesmo: Fotografar. E digo, é interessante quando você não vai em galera e o foco é 100% em fotografar. Ficar discutindo enquadramento, se conseguiu pegar aquele movimento do animal e quais configurações da máquina foram utilizadas. Ao fazer isso com outra pessoa, tu volta a se perguntar se não está cheio de mania e pensa novamente antes de tirar as fotos… Isso aconteceu em diversos momentos em que estávamos no carro circulando pelo parque…

Grande Vini!
Grande Vini!

Quem me acompanhou nessa trip fotográfica foi o Vinicius Dall’Armelina do blog Barrinha de Vida: https://barrinhadevida.com

Quando decidimos ir, a idéia era acamparmos…  O Vini entende pra caralho disso, já eu sou uma naba, mas estava disposto a aprender. A idéia era acampar em Lower Sabie, pertinho da Crocodile Bridge, o problema é que assim que entramos no carro para ir para seguir em direção a Koomatiport (logo depois da fronteira de Ressano Garcia) começamos a falar sobre o Sabi Sands… Para quem não sabe, Sabi Sands é tipo “A Reserva” privada dentro do Kruger, é o lugar onde os caras do Discovery Channel vão para fotografar (claro, cada um no seu nível)… Eu sempre quis ir para lá, mas os preços não são nada convidativos… A grande diferença entre ir para uma reserva privada e ir para o Kruger aberto é que na reserva privada, teoricamente, tu pode ir seguindo os bixos onde quer que eles estejam, mesmo fora das estradas, o que não é possível quando não se esta em reservas privadas.

Como eu estava falando, logo que estávamos saindo de Maputo resolvemos, apenas para verificar, ver se tinha algum lugar disponível no Sabi Sands, e para nossa sorte, encontramos um hotel legal e com um preço camarada. Claro, camarada no Sabi Sands ainda é salgadinho, mas como era o Safári de despedida do Vini, valia a pena. De Sexta pra Sábado dormimos em Koomatiport e no Sábado de manhã cedo (5:30) saímos em direção ao Crocodile Bridge. Passamos a manhã circulando por conta e as 13hs chegamos no hotel dentro do Sabi Sands, Umkumbe Safari Lodge (http://www.umkumbe.co.za).

A expectativa para esse safári era grande, mas safaris são sempre uma caixinha de surpresas, mas tivemos sorte e fomos surpreendidos em todos os lugares. Só no caminho do Crocodile Bridget até o Sabi Sands, saindo raramente da estrada padrão, vimos todos os “Big Five” (Leão, Elefante, Búfalo, Leopardo e Rinoceronte). O Leopardo conseguimos enxergar muito mal, mas deu pra dar um gostinho. Mas pense comigo: vimos todos os Big Five no curto período de mais ou menos 6 horas, sem muito esforço. Uma grande sorte, não?

Logo que chegamos, ao amanhecer, tivemos esta vista:

Um bom sinal, né?
Um bom sinal, né? (Giraffe)

A medida que fomos circulando, fomos encontrando outras belas visões…

Esse macaco acima nos divertiu um bocado, pois estava sentado um uma pedra e parecia estar filosofando sobre a vida enquanto os carros passavam… Fazia pose, levantava a perna, coçava a cabeça. Foi divertido acompanhá-lo por uns minutos.

Na sequência encontramos um grupo dos mais procurados… e seus descendentes.

Família de Leões (Lion)

Obviamente, ter visto os Big Five não quer dizer que eu consegui fotografá-los como eu gostaria. Nem tudo que se vê vira foto e estar dentro do seu próprio carro sempre dificulta um pouco o ângulo para uma boa fotografia, e por isso, se puder, prefiro um carro de safári (já que não posso ir a pé). Porém, se tem uma coisa que eu adoro fotografar em safáris, e que geralmente não são muito procurados, são pássaros. Acho que depois que você vê os “Big Five” você começa a querer ver coisas diferentes, afinal, o legal é a busca.

Primeiramente vimos um grupo de Abrutes, que, na minha opinião, são aves lindas e imponentes.

Abrutes (Lappet-Face Vulture and White-Backed Vulture)
Abrutes (Lappet-Face Vulture and White-Backed Vulture)

Obviamente, uma das coisas que mais tem no Kruger são pássaros. Alguns fáceis de fotografar e outros bem difíceis, como o Papagaio de Cabeça Marrom abaixo.

Brown-Headed Parrot
Brown-Headed Parrot

Depois de circularmos pelo parque durante a manhã, seguimos em direção ao Sabi Sands, pois precisávamos chegar para o almoço para depois pegarmos o safári da tarde… E logo que chegamos:

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Grey Heron

Chegamos com a expectativa alta para o primeiro safári, afinal, já tínhamos visto muita coisa apenas na viagem até lá… Não necessariamente precisava ver tudo de novo, mas ver algo único ou passar por uma experiência que fizesse o lugar se tornar especial… Bom, digamos que deu pra atingir esse objetivo, já que conseguimos ver o animal abaixo:

Cachorro Selvagem (Wild Dog)
Cachorro Selvagem (Wild Dog)

Até hoje, o cachorro selvagem era um desenho para mim, eu nunca havia visto ele com meus próprios olhos. Para melhorar, vimos eles em um grupo de uns 20/30 animais, incluindo filhotes… E como vocês podem ver, ele é lindo. É considerado um dos caçadores mais eficientes da selva.

Falando em caçar… Tivemos uma experiência muito engraçada com estes cachorros. Além de termos visto eles logo que saimos para o primeiro safari, tivemos um segundo encontro. O segundo encontro foi mais “pessoal”, já que foi durante nosso café da tarde.

Paramos nosso carro para fazermos o café de confraternização e curtirmos o por do sol, e logo recebemos uma ordem de nossa guia: “Subam para o carro o mais rápido possível…”. Sabe, essa não é uma frase muito comum em safáris e, geralmente, você não quer ouvir algo assim.

Um grupo de cachorros selvagens estava caçando empalas perto de nosso carro… A mesma frase foi repetida em outros 3 momentos pela nossa guia durante o café, já que os bixos não saiam das redondezas e estarmos no chão era igual a virar o prato principal da refeição deles…

O cachorro caçando enquanto tomavamos nosso café...
O cachorro caçando enquanto tomávamos nosso café…

Claro que nosso safári do primeiro dia não foi só isto… Olha só o que mais encontramos:

Antes do dia encerrar, fomos agraciados com mais um felino:

Cheetah
Cheetah

Um belo exemplar de uma Cheetah descansando embaixo de uma árvore…. Obviamente, ficamos o máximo de tempo apreciando a bela vista de um animal que, durante o descanso, parece um gatinho indefeso…

Obviamente, ele só parece um gatinho indefeso quando está com a boca fechada, né? Lembrei de uma tirinha do Thiago Krening (https://www.facebook.com/historietasrandomicas/):

https://www.facebook.com/historietasrandomicas/
https://www.facebook.com/historietasrandomicas/
Logo se foi...
Logo se foi…

Assim como o sol…

Ainda teve o por do sol...
Ainda teve o por do sol…

Na parte noturna do safári, é sempre mais difícil encontrar algum animal e muito menos fotografar… Mas tivemos sorte de contrar um hipo descansando em um dos lagos da reserva

Hipopótamo (Hippopotamus)
Hipopotamo (Hippopotamus)

Depois finalmente voltamos ao hotel, jantamos e passamos a noite conversando com outros guias e hóspedes que estavam por lá arejando a cabeça… Ao ver a bela noite estrelada que iluminava o ambiente, lembrei de um desejo antigo meu e que até hoje eu não havia realizado: fotografar a Via Láctea.

Eu já tinha lido sobre como fazer mas com pouca atenção… Então, nas próximas duas horas fiquei tentando, tentando e testando mais, para ver se eu conseguiria tirar algo que fosse pelo menos agradável aos olhos… Resultado:

Via Láctea (Milky Way)
Via Láctea (Milky Way)

Após voltarmos para Maputo, procurei ler sobre como fotografar a Via Láctea e notei que eu poderia ter obtido resultados muitos melhores se eu tivesse feito meu dever de casa… Fotografar a via láctea é cheio de pegadinhas: Tem limite de tempo para não captar o movimento das estrelas, o pós-fotografia é bem extenso e o ideal é não tentar ter a foto perfeita no visor… O melhor é trabalhar ela no Lightroom para atingir o melhor resultado. Igualmente, gostei do resultado para uma primeira vez.

Detalhe: Enquanto eu e Vini nos aventurávamos fotografando a via láctea atrás do nosso quarto, um hipopótamo adulto ficou rodeando nosso espaço… Claro, parece sem noção estar a 10 metros de um hipopótamo, mas estávamos protegidos por uma cerca elétrica. Tenho certeza que se ele resolvesse atacar, a cerca não ia fazer diferença alguma… Mas não podíamos perder a oportunidade da foto… e da experiência.

Eu até continuaria escrevendo para vocês, mas acho que você já deve estar meio cansado, e já é 22:15 do Domingo… Vou ali sentar com a minha loirinha e aproveitar o que falta do Domingo.

Nos vemos na Segunda parte do post (nem eu sabia que ele seria dividido em duas partes…). No próximo, também prometo falar um pouco do hotel. 😉

Cheers

3 comentários sobre “Kruger Park – Ago/16 (Parte I)

  1. muito lindas as fotos (como sempre!!) e a cada dia (post) que passa, vejo que tu é mais selvagem do que eu imaginava kkkkkkkk
    não vou pra safari contigo nem a paaaau kkkkk
    bejooooo percevejo
    P.s.: vi as fotos com mais uns animais selvagens que tb cultivo aqui.

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